Descrever
é:
I.
fazer
viver os pormenores, situações ou pessoas;
II.
evocar
o que se vê, sente;
III.
criar
o que não se vê, mas se percebe ou imagina
IV.
não
copiar friamente, mas deixar rica, uma imagem
V.
não
enumerar muitos pormenores, mas transmitir sensações fortes.
Na descrição o
ser e o ambiente são importantes. Assim, o
substantivo e o adjetivo devem ser explorados para traduzirem
com ênfase uma impressão.
Texto
Descritivo
O que é descrição? É a ação
que você toma de descrever sobre algo ou alguém. Então, o que é descrever? Vejamos,
de acordo com o dicionário, é o ato de narrar, contar minuciosamente. Sempre
que você expõe com detalhes um objeto, uma pessoa ou uma paisagem a alguém,
está fazendo uso da descrição. Esta última é como se fosse um retrato
distinto e pessoal de algo que se vê ou se viu! Assim, para se fazer uma
boa descrição, não é necessário que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista
do observador varia de acordo com seu grau de percepção. Dessa forma, o que
será importante ser analisado para um, não será para outro.
Portanto, a vivência de quem
descreve também influencia na hora de transmitir a impressão alcançada sobre
determinado objeto, pessoa, animal, cena, ambiente, emoção vivida ou
sentimento.
Os pormenores são essenciais para
se distinguir um determinado momento de qualquer outro, desse modo, a presença
de adjetivos e locuções adjetivas é traço distinto de um texto
descritivo.
Quando for descrever verbalmente,
tenha sutileza ao transmitir e leve em consideração, de acordo com o fato,
objeto ou pessoa analisada:
a) as cores;
b) altura;
c) comprimento;
d) dimensões;
e) características físicas;
f) características
psicológicas;
g) sensação térmica;
h) tempo e clima;
i) vegetação;
j) perspectiva espacial;
l) peso;
m) textura;
n) utilidade;
o) localização; e assim por
diante.
Claro, tudo vai depender do que
está sendo descrito. Em uma paisagem, por exemplo, a descrição poderá
considerar: a posição geográfica (norte, sul, leste, oeste); o clima (úmido,
seco); tipo (rural, urbana); a sensação térmica (calor, frio) e se existem
casas, árvores, rios, etc.
Como
descrever bem?
a) Usar
impressões cromáticas (cores) e sensações térmicas.
EX: O dia transcorria
amarelo, frio, ausente do calor alegre do sol.
b) Usar
o vigor e relevo de palavras fortes, próprias, exatas, concretas.
EX: As criaturas humanas
transpareciam um céu sereno, uma pureza de cristal.
c)
As sensações de movimento e cor
embelezam o poder da natureza e a figura do homem.
EX: Era um verde
transparente que deslumbrava e enlouquecia qualquer um.
d)
A frase curta e penetrante dá um
sentido de rapidez do texto.
EX: Vida simples. Roupa
simples. Tudo simples. O pessoal, muito crente.
A descrição de um objeto será
única e nunca será totalmente verdadeira. Motivos:
1º o ângulo de percepção do
objeto varia de observador para observador;
2º a análise do objeto levará à seleção de aspectos mais importantes, a critério do observador;
3º o resultado do trabalho corresponderá a uma solução possível.
2º a análise do objeto levará à seleção de aspectos mais importantes, a critério do observador;
3º o resultado do trabalho corresponderá a uma solução possível.
A
descrição pode ser apresentada sob duas formas:
·
Descrição objetiva: quando o
objeto, o ser, a cena, a passagem são apresentadas como realmente são,
concretamente.
a)
Sua
altura é 1,85m. Seu peso, 70Kg. Aparência atlética, ombros largos, pele
bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros e lisos".
b)
O
objeto tem 3 metros de diâmetro, é cinza claro, pesa 1 tonelada e será
utilizado na fabricação de fraldas descartáveis.
·
Descrição subjetiva: quando
há maior participação da emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a
paisagem são transfigurados pela emoção de quem escreve. Portanto, na descrição subjetiva há interferência emocional por parte
do interlocutor a respeito do que observa, analisa.
a)
Nas
ocasiões de aparato é que se podia tomar pulso ao homem. Não só as
condecorações gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu!
Ateneu! Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos,
eram de um rei..." ("O Ateneu", Raul Pompéia).
b)
Era
doce, calma e respeitava muito aos pais. Porém, comigo, não tinha pudores: era
arisca e maliciosa, mas isso não me incomodava.
Descrição
de um objeto
Deve-se levar em conta:
1.
A
escolha do ângulo de percepção:
a)
a
perspectiva espacial
b)
a
relação observador X objeto.
2. Análise do objeto: forma,
cor, dimensões, peso, textura, material, utilidade. etc.
3. A seleção de aspectos: a
critério do observador.
Exemplo: "Um cilindro de madeira, de cor preta, medindo aproximadamente
17,5cm. de comprimento po 0,7cm. de diâmetro, envolve um cilindro menor, de
grafite, de mesmo comprimento, porém de 0,15cm. de diâmetro. De uma das
extremidades, foi retirada madeira, formando-se um cone, cujo ápice é uma fina
ponta de grafite".
Descrição
de uma paisagem
Deve-se levar em conta:
Ângulo
de percepção.
Análise:
rural ou urbana, habitações, personagens, solo, vegetação, clima, localização
geográfica.
Escolha
de aspectos: a critério do observador.
Exemplo: "Abriu as venezianas e ficou a olhar para fora. Na frente
alargava-se a praça, com o edifício vermelho da Prefeitura, ao centro. Do lado direito
ficava o quiosque, quase oculto nas sombras do denso arvoredo; ao redor do
chafariz, onde a samaritana deitava um filete d'água no tanque circular,
arregimentavam-se geometricamente os canteiros de rosas vermelhas e brancas, de
cravos, de azáleas, de girassóis e violetas". ("Um Rio Imita O
Reno", - Vianna Moog).
Descrição
de uma pessoa
Deve-se levar em conta:
Ângulo de percepção.
Análise:
a) aspectos físicos: sexo, idade, peso, cor de pele, cabelos, olhos, estatura, etc.
a) aspectos físicos: sexo, idade, peso, cor de pele, cabelos, olhos, estatura, etc.
b) aspectos psicológicos: às vezes, a descrição
de um aspecto físico do indivíduo poderá revelar um traço psicológico;
c) resultado.
Exemplo: "O gaúcho do sul, ao encontrá-los nesse instante sobreolhá-la-ia
comiserado.
O vaqueiro do norte é a sua antítese. Na postura, no gesto na palavra, na índole e nos hábitos, não há que equipará-los. O primeiro, filho dos plainos sem fins, afeito às correrias fáceis nos pampas e adaptado a uma natureza carinhosa que o encanta, tem, certo, feição mais cavalheirosa e atraente. A luta pela vida não lhe assume o caráter selvagem da dos sertões do norte. Não conhece os horrores da seca e os combates cruentos a terra árida e exsicada. ....e passa pela vida, aventureiro, jovial, disserto, valente e fanfarrão, despreocupado, tendo o trabalho com um diversão que lhe permite as disparadas, domando distâncias, nas pastagens planas, tendo os ombros, palpitando aos ventos, o pala inseparável como uma flâmula festivamente desdobrada. ("Os Sertões", Euclides da. Cunha)
O vaqueiro do norte é a sua antítese. Na postura, no gesto na palavra, na índole e nos hábitos, não há que equipará-los. O primeiro, filho dos plainos sem fins, afeito às correrias fáceis nos pampas e adaptado a uma natureza carinhosa que o encanta, tem, certo, feição mais cavalheirosa e atraente. A luta pela vida não lhe assume o caráter selvagem da dos sertões do norte. Não conhece os horrores da seca e os combates cruentos a terra árida e exsicada. ....e passa pela vida, aventureiro, jovial, disserto, valente e fanfarrão, despreocupado, tendo o trabalho com um diversão que lhe permite as disparadas, domando distâncias, nas pastagens planas, tendo os ombros, palpitando aos ventos, o pala inseparável como uma flâmula festivamente desdobrada. ("Os Sertões", Euclides da. Cunha)
Como você vai saber se fez uma
excelente narração descritiva? Quando reler o seu texto e perceber
se de fato outros leitores visualizarão como reais o que está sendo descrito!
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